domingo, agosto 13, 2006

Somos Todos Doidos em Potencial


O banho é realmente o momento no qual realizo a maior parte das minhas reflexões-sobre-tudo. Acho que a água morna massageando o topo do meu couro cabeludo (eu acho tão engraçado esse nome "couro cabeludo") me ajuda a esmiuçar as grandezas das pequenas coisas da vida.
Foi em mais uma dessas viagens que comecei a pensar sobre o papel de um importante profissional da sociedade: o psiquiatra. Talvez eles ainda não tenham o valor que deveriam ter, mas com certeza daqui a alguns anos eles serão mais requisitados do que outros atuantes da área da saúde. Por que uma pessoa passa vários anos da vida se dedicando a estudar o comportamento da mente humana, algo tão complexo, asbtrato, e até me arrisco a dizer, incompreensível?
Porque não é tarefa simples. Pessoas são depósitos de emoções, traumas, experiências boas ou ruins, que combinadas formam o enigma que fascina esses valentes psiquiatras, psicanalistas e psicólogos também.

Aposto que se você fosse a um psicólogo hoje, mesmo achando que não "é louco", você descobriria algo sobre si próprio que nem imaginava ter ou ser. Porque eu penso que é simplesmente impossível alguém viver uma vida "limpa", sem nenhum trauma (que podem ser leves ou profundos, resumidamente) ou sem algo que tenha marcado de tal forma que influencia no seu comportamento atual.

Eu tenho graves problemas. Vários. Não vou ao psicólogo com medo de descobrir quais são. Seria como levar um Fiat 147 ao mecânico: todos os podres seriam relatados ao dono. Alguns influenciam minha maneira de agir, ou de omitir, mas outros simplesmente estão ali parados, quietinhos, esperando que algum outro trauma os ative, ou que simplesmente desapareçam com uma experiência boa. Não faz bem pensar que sou "normal".

Certamente alguém vai ler isso e vai pensar "mas que bobagem, eu não tenho nada de errado na cachola". Até concordo com a parte da bobagem, mas a segunda não é verdadeira. Problemas psicológicos não são aqueles que vão te levar a tomar tratamento de choque, te internar em um hospício ou fazer com que pense ser Napoleão Bonaparte. Eles estão ali, do nosso lado, no dia-a-dia e nem percebemos. Quem nunca falou pra si esta frase: "por que que eu fui fazer isso?". Pouca gente. Descartando uma possível influência de álcool ou entorpecentes diversos, há uma boa chance de o cidadão ter sido levado quase que instintivamente por algum trauma.

Eu sei que um cara que cursa Administração de comércio exterior não é o mais indicado para falar sobre psicologia. Mas eu compreendo a necessidade dessas pessoas. O mundo está ficando louco mesmo. Um jogo de futebol é motivo de pancadaria? Só pra algum seqüelado que adquire o pensamento de grupo nesse sentido. Psicólogos ajudam a encaixar melhor a pessoa na sociedade e isso é fato. Precisaremos de psicólogos fardados, com viaturas, observando as esquinas das cidades.

Acho que viajei tanto nesse texto que vou mandar ele pra algum psicólogo. Depois eu conto o que ele ou ela achou. Se eu não contar, me procurem no São Pedro em POA.

2 comentários:

NightCrawler disse...

eu sempre soube que era louco, mas agora pelo menos eu sei que tu é mais louco que eu. o resto do texto é a mais pura verdade e exatamente o que eu penso sobre o assunto.

Anônimo disse...

bomm... gostei... plo menos serviu pra saber q não sou a única louca que não consulta psicólogo... aehuaeh