sábado, julho 21, 2007

O Pan E A Pane

Eu não podia deixar de registrar algo sobre a terça-feira dia 17 de julho de 2007. Ligo a televisão pela manhã e vejo notícias maravilhosas dos jogos Panamericanos no Rio. Assisti ao vivo à conquista da medalha de ouro no revezamento 4 x 200 masculino, foi emocionante. A natação dando muitas alegrias, junto com a ginástica, que orgulho de viver nesse país campeão!

Após passar o resto do dia passeando por Porto Alegre, voltei à noite para casa e qual foi a minha surpresa ao não ver mais notícias empolgantes sobre o Brasil, mas sim, sobre o desastre que chocou o país inteiro: o acidente envolvendo um avião da TAM em Congonhas.

Foi um dia para lembrar o que o nosso país é de verdade: uma mentira.
Um governo omisso, irresponsável, a culpa é de tanta gente que é melhor dizer logo que estava TUDO ERRADO.
Até quando isso vai acontecer? Estamos nos rebaixando como sociedade, estou me sentindo envergonhado por ser de um país que é notícia no exterior não pelo lindo evento esportivo que se passa aqui, mas por uma tragédia desse tamanho, que grita para o mundo todo: "Ei! Somos nós aqui no Brasil falhando como nação mais uma vez!"

É tão bonito ver um atleta emocionado no pódio, beijando a bandeira do Brasil, com lágrimas nos olhos e cantando o hino nacional com toda aquela torcida de arrepiar. Mas de repente, as lágrimas de alegria que víamos pela televisão se transformaram em lágrimas de desespero, de inconformidade, de profunda tristeza, a mais profunda que pode existir que é a perda de um ente querido. As lágrimas da VERGONHA.

É a pane do sistema. Ou pior, dos sistemas. Que essa tenha sido a gota d'água, que a paciência de todo mundo tenha se esgotado, que a revolta tome conta desse território nacional ao qual chamamos de Brasil com tanto orgulho na canção "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" que se ouve no Pan.
Mas, no momento, eu sou um brasileiro, com muita vergonha, com muita revolta.

ACORDA BRASIL!!!

Deixo aqui minhas energias positivas para os familiares das vítimas e para qualquer um que, como eu, sentiu a dor dessas pessoas como se sua fosse.