quinta-feira, outubro 20, 2011

Rock and Tourism in Rio 2011


Este ano tive a coragem de sair da Capital do Mundo junto de um grande amigo para ir até o Rio de Janeiro ver qual era a do tal do Rock in Rio.

Já havia comprado dois ingressos na pré-venda pela internet então essa parte foi tranquila. A passagem de ida e volta com antecedência também foi tranquila, e barata, menos de quatrocentos reais. A parte do hotel foi a que mais deu trabalho, pois todos os hotéis elevam muito o preço da diária nos dias do evento, mas graças ao ótimo site booking.com eu consegui um bom hotel por um valor razoável na Praia do Flamengo, o Mengo Palace Hotel, que eu recomendo.Algumas fotos pra ilustrar o passeio:


Tio Pedro 2nd, e sua residência ao fundo

Praia Vermelha com o Pão-de-açúcar ao fundo

Iniciando a subida do Morro da Urca

E mais subida...

Parada para tirar foto de um intruso

Não foi uma boa ideia aquela feijoada carioca 20 min antes... e tome subida

Tchê! Que coisa linda que é agarrar um pau-brasil!

O suor no alto do cume verte

Copacabana

Beleza, xará?

Quintal do Palácio do Catete e suas palmeiras imperiais

Aterro do Flamengo

Estátua de gaúcho é o que não falta por lá... João Cândido, o Almirante Negro (com obras ao lado)

Residência do Ali Babá

Museu de Arte Contemporânea, show!

Chegando à Cidade do Rock

Rock and Roll!

Roda gigante (baita legenda)

Rock Street

Rock Street again

Red Hot Chili Peppers! No meio da galera, cansativo demais, mas valeu a pena.

Finaleira do RHCP com direito a fogos de artifício

Área do tuntz tuntz

Abertura do Slipknot vista do alto da roda gigante

Metallica!!

Coffee break

Valeu, Rock in Rio!! Até a próxima!

Hora de conhecer o Corcovado, estação do trenzinho que nos leva até o alto

Esse é o caminho

E vamos subindo...

Olhando pela janela

Samba no trem. Os caras até me jogaram um chocalho pra eu acompanhar (tentar, pelo menos)

Lá em cima

O cenário é deslumbrante. Um dia perfeito.

Muita gente de todo o lugar

Tava difícil conseguir uma foto a sós com a estátua

Problema resolvido (there, I fixed it)

Foi um prazer

Até algum dia, Rio de Janeiro!

Apesar de cansativo, valeu a pena, com certeza. Muita gente falou em roubos e assaltos, mas considero que o número de ocorrências ficou muito aquém do que pode se esperar de um evento com tamanho público no Brasil. Pra mim foi tudo tranquilo, é só saber se cuidar um pouco que não tem erro.

Espero um dia voltar e aproveitar mais para conhecer melhor a cidade. É realmente muita coisa pra ver então só deu pra curtir aquele tour clichê de turista, mesmo. Aquele abraço!

terça-feira, outubro 11, 2011

Cats rule

Minha gata de 14 anos colocava maiores pra correr:




Gatos são muito corajosos e imprevisíveis. Não é fácil conquistar a confiança deles. O gato nunca tem dono. Ele É o dono. E se você precisa de um brinquedo babão balançador de rabo que late no portão quando você chega, e acha isso muito melhor que um gato, cuidado: falta algo em sua personalidade.

Fik@dik@



segunda-feira, agosto 22, 2011

Pegadinha do Saraiva.com.br


Caí na pegadinha do Saraiva.com.br. Foi assim: recebi certo sábado um e-mail promocional destacando o valor de R$ 799,00 por um HTC Desire a, que me atraiu bastante, pois justamente no mesmo final de semana meu Nokia N78 velho de guerra estava indo para a UTI, em fase terminal. Após uma rápida análise de suas características e pesquisas no gsmarena.com (recomendo), decidi por comprar o tal HTC. Eu era um gajo feliz, à espera de meu HTC Desire.

Eis que dois dias após minha compra resolvi visitar novamente o link do HTC no saraiva.com.br para ver mais algumas fotos, e, para minha surpresa, o preço "promocional" de R$ 799,00 que paguei havia sido alterado para R$ 599,00, o que deduzo ser algum tipo de preço "superpromocional-bem-feito-otário-que-comprou-mais-caro-na-promoção-que-não-era-super".

Desnecessário dizer, ferveu-me o sangue. Mas como sou um cara muito tranquilo, resolvi conversar com alguém da Saraiva Online para argumentar que eu havia comprado segundo a promoção do email, e que, se não fosse pedir demais, gostaria de receber a diferença do preço atual de volta, para não me sentir o último dos cyber-idiotas. Foi pedir demais. Após alguns minutos desperdiçados da minha vida, em que quase implorei pelo valor, que aceitaria até como desconto para FUTURAS COMPRAS (que nunca mais existirão), nada adiantou. Então perguntei se poderia devolver o produto e ser ressarcido de todo o valor. Poderia. Perguntei então se teria que pagar algo para devolver. Não teria. Resultado: devolvi o produto pelos correios, e antes mesmo de o devolver já havia comprado O MESMO produto duzentos reais mais barato na mesma loja.

Realmente espero receber meus R$ 799,00 numa boa, sem brigas. Mas fica a pergunta: que loja IDIOTA acha melhor ter o custo de receber um produto de volta, violado, e enviar outro, idêntico, ao invés de simplesmente tentar satisfazer o cliente e facilitar a vida dos seres humanos, meudeusdocéu?

Já somos sacaneados o suficiente por entidades públicas no país, com estradas ridículas, outros tipos de infra-estrutura sucateada, banda de internet que é motivo de piada para quem vem de fora, e ainda vem uma loja privada para tentar mais uma pegadinha? Aqui, não!

Isso não é apenas um ranço de quem vai ter que esperar mais pelo celular que tanto precisa. É a indignação de um brasileiro pagador de (muitos) impostos que ainda tem que enfrentar a BURRICE HUMANA e a vontade de não fazer as coisas que estão enraizadas na cultura nacional.

"Mas agora chegou nossa vez, vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês:"

SALCI FUFU, SARAIVA!
Até nunca mais.

segunda-feira, junho 06, 2011

A primeira vez que usei um cheat

Pra quem não está familiarizado com a palavra, cheat (do inglês, to cheat, trapacear) é o termo que se utiliza entre os gamers (aficionados por jogos eletrônicos) para se referir aos códigos que podem ser inseridos em alguns jogos para obter vantagens como vida infinita, munição infinita, invisibilidade, entre outras formas de trapaça que façam o jogador levar vantagem contra seus competidores ou contra a máquina.

Lembro-me com perfeição: o ano era 1996, e fazia pouco tempo que tínhamos em casa algo novo naquela época, que era um PC. Mas não era qualquer PC. Era um IBM Aptiva, do qual lembro com saudosismo e respeito. Era um Aptiva K25, com processador de 100 Mhz, 8 MB de ram, 850 MB de disco rígido, fax modem 28.8k (muito rápido) e um kit multimídia com direito a placa de som Soundblaster e CD-ROM de 4X. Uma máquina possante, linda, igual à da foto abaixo:

Eu era um guri de 11 anos muito feliz com esse brinquedo em casa. E como todo guri de 11 anos que possui um PC, eu gostava de instalar jogos nele e dedicar horas estragando meus olhos em um monitor CRT que devia consumir mais energia que um chuveiro. Um dos meus jogos preferidos era o Doom, um dos pioneiros do gênero First Person Shooter (jogos de tiro em primeira pessoa) e que era muito difícil. Foi aí que um certo dia meus colegas da quinta série me falaram dos tais códigos, que facilitariam o jogo. Era só digitar IDKFA para ter munição infinita e IDDQD para se tornar imortal. Não havia o acesso generalizado a Internet, portanto, ter acesso a tais artimanhas era algo difícil de se conseguir, geralmente através de folhas datilografadas, copiadas para propagar os cheats entre os amigos.

Cheguei em casa afoito para testá-los. Tenho gravado na mente os detalhes do momento: o divertimento inicial, a euforia de ter a sensação da imortalidade virtual. Logo em seguida, porém, comecei a não ver mais graça em utilizar cheats. Tirava todo o desafio do jogo, e eu gostava de desafios. Deixei de me interessar por eles, e até hoje não tenho a menor vontade de utilizá-los nas raras ocasiões em que jogo alguma coisa.

Mas não ficou só por aí. Tenho uma certa propensão a não me interessar por "atalhos". Gosto da sensação do dever cumprido contra todas as adversidades, a falta de tempo, de condições, de ferramentas, vencendo o cansaço e a dúvida. É recompensante olhar pra trás e ver o que conseguimos fazer em certas situações que acabam impressionando a nós mesmos. E mais ainda, saber que continuamos os mesmos, porém melhores, sem deixar de ser quem somos na essência.

Observo muitas situações diariamente que me fazem pensar. Como meus aluninhos de inglês tentando se esconder para achar uma resposta no livro durante algum jogo em sala de aula, ou copiando as respostas do colega durante um exercício com música, sem ao menos tentar completar os espaços vazios com seu próprio esforço. Não é apenas um espaço vazio em uma folha que ele deixa de completar. É um espaço vazio no seu caráter. E, acreditem, isso reflete na vida adulta.

Apenas mais uma das várias lições que aprendi com meu Aptiva.

quinta-feira, maio 26, 2011

Caio Poético - PROcrastinação

PROcrastinação

Procrastinei
Procrastinei
Procrastinei
Até que não mais pude procrastinar
Resolvi poemizar para não polemizar
Mas o medo de que minha rima fosse vã
Fez-me deixar o soneto pr'amanhã

quinta-feira, abril 14, 2011

Não quero ter filhos

Decidi. Não terei filhos. Não estou disposto a gastar minhas energias e meu dinheiro com alguém que não seja eu mesmo. Pode parecer egoísmo, eu sei, mas é apenas mais uma tentativa do Caio Verídico de ir contra os paradigmas sociais que bitolam a cabeça das pessoas. Por que, afinal, existe isso de que uma vida só é completa se você conseguir se reproduzir? Isso me irrita demais. Outra coisa que me incomoda é como todo mundo considera infeliz uma pessoa que não tenha filhos. Conheço gente que não tem filhos, não pretende tê-los e é feliz. Mas aí sempre tem alguém que acaba falando "pobrezinho(a) de fulano(a), não tem filhos, deve ser tão triste...", mas quem somos nós pra decidir se alguém é feliz ou não? Às vezes não sabemos nem se nós mesmos somos felizes ou tristes.

Enfim, reitero: não terei filhos. Não quero passar noites em claro, acordando com choradeiras, trocas de fraldas pestilentas, nem preocupar-me com doenças, com compra de brinquedos, casa bagunçada, não quero ter que dividir minha TV por assinatura com ninguém, quero poder descansar sossegado a hora que eu quiser, não quero ter que me preocupar com material escolar, notas baixas, presentes caros, más companhias, bebedeiras adolescentes, drogas, alguma possível gravidez indesejada (e minha precoce transformação em avô) e todo o custo que envolve tudo o que eu citei.

Viverei uma vida tranquila, com muitas viagens, podendo estudar a hora que quiser, sendo dono da minha própria vida, e com muito menos cabelo branco que você que está discordando de mim agora.

Sei que algumas pessoas ainda conseguirão dizer que no fundo sou uma pessoa infeliz, mas não me importo. Só fico preocupado que essas pessoas acabem se reproduzindo, e povoando o mundo com mais gente bitolada. Aliás, o mundo está fadado ao emburrecimento, mesmo. A maior parte das pessoas inteligentes vai acabar por não ter filhos, como no filme Idiocracy, de 2006. O mundo então ficará nas mãos da herança genética dos ignorantes e idiotas, que terminarão por exterminar a própria raça.

Vendo por esse lado apocalíptico, acho que seria egoísmo demais mesmo que uma pessoa genial como eu não deixasse sua semente nesta Terra. Como sou muito altruísta, talvez considere ter um filho ou dois, só para fazer do mundo um lugar melhor, com pessoas melhores. Afinal, a humanidade precisa de mais gênios modestos, hoje em dia somos tão poucos...

Pode ficar mais tranquilo, agora, caro leitor.

quarta-feira, março 09, 2011

Lilian, e a verdade perturbadora sobre o caráter humano

Essa na foto é a minha melhor amiga Lilian, mais conhecida como Liu. Ela nasceu em 26 de Dezembro de 1996, e foi adotada por mim no início de 1997, como presente de aniversário. Obviamente, por estar há tanto tempo comigo, e por ter uma pelagem exuberantemente linda, tenho muito carinho por ela e a trato como sendo da família, mesmo.

O que aconteceu nos últimos dias foi uma experiência diferente para mim. Na segunda-feira de alegrias de carnaval fui acometido por um choque: as 10h da manhã, Lilian miava desesperada na garagem de casa. Desci até lá para ver o que estava se passando, imaginando alguma briga com um gato intruso, que ela sempre expulsava da vizinhança, e que a tivesse deixado muito estressada. Mas ao chegar, encontrei minha valente felina paralisada, com dificuldade ao tentar mover as patas traseiras, e com expressão abatida.

Nunca havia visto ela assim. Ela que sempre foi ágil, elegante, que subia em árvores e pulava muros com maestria, que colocava cachorros pra correr da frente de casa, ela, a dona do bairro, estava ali, paradinha, frágil, vulnerável. Foi difícil de entender, assim de cara.

Levei ela para meu quarto e a coloquei deitadinha no meu carpete, que ela tem como um de seus locais de cochilo, e onde me faz companhia silenciosa durante as horas que passo online. Nesse ínterim, minha mãe chamava um veterinário, e Lilian ainda fez um esforço para escalar minha cama com suas unhas, para ficar ali deitada, depois de quase cair de volta ao carpete. Justo ela, que em uma fração de segundo podia dar um pulo e se materializar entre minhas pernas enquanto eu lia algum livro antes de dormir (como na foto), justo ela, ter tanta dificuldade para subir na cama, que dureza.

O veterinário foi muito atencioso, e a medicou. Ao longo do dia, ela apresentou uma melhora que deixou todo mundo animado. Mas quando era por volta das 22h, repentinamente, ela teve um ataque de convulsões e se debateu forte contra o piso do meu quarto. Fiquei apavorado. Ligamos na hora para a veterinária em Santo Ângelo (a 60 km de casa), e ela disse que a levássemos para lá no mesmo instante. Corri para o carro, e levamos Lilian para lá. Nesta altura, eu já pensava em qualquer coisa, desde hipótese de envenenamento, até algum possível trauma causado por mim ao chegar no quarto escuro e pisar nela sem querer na sexta-feira de manhã (ainda morro de remorso ao pensar nisso).

Quando chegamos para a consulta de plantão, minha Liu estava aparentemente mais calma. A veterinária trata os bichos como se fossem seus filhos, e aplicou uma injeção nela, que protestou para que isso fosse feito.

Medicada, o susto passou, e a trouxemos de volta pra casa. Hoje, cumprimos a difícil missão de coletar sua urina para exames, que vão explicar melhor o porque das convulsões. Essa história toda parece ser muito estranha de ser contada em um blog, mas esse episódio me marcou pelo seguinte:

Muita gente me perguntou o que fiz no carnaval, ou como eu estava, e eu não consegui deixar de contar sobre a Liu, porque eu estava muito abalado com o que aconteceu. Mas algo me incomoda ao contar isso para algumas pessoas. Me incomoda, e me deixa ao mesmo tempo curioso. Algumas pessoas ao ouvirem (ou ao lerem) esta história, não conseguem disfarçar sua expressão como que dizendo "que babaca, tudo isso só por causa de uma gata", ou então a total indiferença sobre o que eu acabei de contar. Inclusive eu OUVI um comentário assim: "mas que bobagem, só por causa de uma gata, mas deixa morrer". Tá certo que eu ouvi isso de um bocaberta de 14 anos, que além de ser mais novo que a Liu, não tem nada na cabeça, mas é esse o futuro do Brasil, fazer o que.

Enfim, até acho interessante contar sobre essa segunda-feira de carnaval para ver a reação das pessoas. Me dói saber que algumas pessoas não consigam entender a dimensão do sentimento que pode existir entre um ser humano e um bichinho de estimação companheiro. Me dói acreditar que exista alguém que pense que uma vida de 14 anos não seja motivo suficiente para se largar de carro para uma consulta veterinária a 60 km de distância. É insuportável ver o olhar dessas pessoas. Mas na verdade eu sinto uma profunda pena. Pena de quem não consegue respeitar esse sentimento, de quem não tem a CAPACIDADE de entender ou sentir isso. Acho que isso revela muito do caráter das pessoas, e certamente eu não vou esquecer disso nunca mais.

Termino este post com uma citação apropriada de um cara que eu nem gosto muito, mas que falou por mim e por muita gente ao afirmar o que segue:

"O grau de civilização de uma sociedade pode ser medido pela forma como trata seus animais" (Mahatma Gandhi)




segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Trauma da Infância

Sofri um trauma da infância. Sim, "da" infância, pois fui traumatizado por um acontecimento envolvendo meu sobrinho de 3 anos. Explico-lhes: ele estava doente. Por mais cruel que pareça, se existe um deus ele permite que lindas criaturinhas inocentes fiquem doentes e sofram para sua própria diversão. Enfim, fui incumbido de levar o pobrezinho ao médico.

Foi só chegar à porta do consultório que ele já começou a ficar agitado, dizendo que não estava doente, que era o titio quem estava. Truque em vão, pois lá foi ele ver o doutor, que sequer encostou um dedo nele, mas um abaixador de língua pode ser um instrumento de tortura dos mais cruéis.

Passado o sufoco do consultório, veio a parte mais difícil, que era a injeção. Benzetacil. Só quem tomou sabe o que é. Imagine agora uma frágil criança tendo que suportar tamanha dor. É de partir o coração. Levamos o guri ao hospital, sob protestos, mas informaram-nos de que seria melhor esperar a febre dele baixar para aplicar a injeção. Voltamos para o carro, e a caminho de casa ele suspira e fala "foi por poico", pensando que havia escapado da dolorosa cura.

Em casa, ele começou a brincar despreocupadamente. Até que sua febre baixou, e resolvemos levá-lo ao hospital novamente. Ele, inocente, achava que estava indo para a pracinha brincar, e chamava-me "vem titio, vamux pa paxinha!", e eu, com o coração na mão, sem coragem de tentar explicar aonde estávamos realmente indo, simplesmente obedeci e entramos no carro.

Mais uma ironia da vida: a pracinha era de frente ao hospital. Ao perceber que não iríamos em direção aos brinquedos, mas sim ao frio e macabro hospital, meu sobrinho desatou em um choro copioso, o choro mais sofrido que já presenciei, talvez um choro comparado ao condenamento de morte, ou ao sofrimento de um gremista ao ver seu time ser rebaixado pela segunda vez, não sei. Só sei que não tive coragem de ficar segurando o guri e chamei a enfermeira. Ele implorava, berrava, dizia que não era ele quem estava doente e sim o titio, mas novamente não colou. Enquanto eu estava lá fora ouvindo todo aquele berreiro, algo inusitado aconteceu.

Sentado de frente pra mim estava um senhor magro, de roupas simples, um famoso taxista local. Ele, ouvindo a sinfonia do terror, comenta comigo:

- Rapaz, não existe nada pior do que levar o filho da gente pra tomar injeção, né?
- É...
- Sabe que toda vez que tenho que levar o meu guri, eu não consigo ficar por perto. Deixo pra mãe dele segurar, eu sofro demais.
- Só imagino...
- Na verdade, só de ouvir o choro do teu filho - dizia ele, neste momento com seus olhos inundados de lágrimas que surgiram subitamente - já me emociono e...

Ele não conseguiu completar a sentença, e saiu rapidamente do recinto, enxugando os olhos. Atônito, não sabia eu se ria ou se chorava de tudo aquilo. Finalmente, meu sobrinho sai da sala da enfermaria, ainda aos prantos e com o rosto completamente molhado de lágrimas. Tentei reconfortá-lo:
- Deu, deu, gurizão do titio, vamos pra casa tomar sorvete e assistir ao Discovery Kids?
- Tá... mas agóia o titio toma pic.

Seria merecido, meu anjinho, seria merecido.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Resoluções para 2011

Todo mundo adora fazer resoluções para o ano novo. Eu, inclusive. Uma das resoluções que fiz para 2011, que já não é mais um ano tão novo à esta altura, foi de postar aqui no blog com frequência desafiadora: uma vez por mês, para o deleite do meu único leitor, que é a minha dupla personalidade (sim, nem minha mãe quer ler isto aqui). Como já falhei o mês de janeiro, pretendo compensar no mês corrente. Outra resolução que fiz para este ano foi a de não descumprir nenhuma resolução para este ano. Sou, portanto, péssimo com essa coisa de “new year’s resolutions”. Duplo FAIL.

Acho que para o próximo ano farei uma única resolução: não fazer nenhuma resolução.

Triplo FAIL após essa piadinha escrota.