sexta-feira, agosto 25, 2006

O Mamute Missioneiro

Mamute da espécie Mammutes Tiarajuensis


Estava eu assistindo um programa de tevê um dia desses, quando uma reportagem chamou-me a atenção. Tratava-se de uma novidade em um museu oceanográfico em Rio Grande: uma enorme e atrativa armação de um esqueleto de algum animal pré-histórico, montado baseado em fósseis descobertos um tempo atrás. Uma grande estrutura foi preparada para que os visitantes pudessem se admirar de tal feito. Ao lado, havia uma lojinha vendendo camisetas e outras bugigangas com o tema do novo fóssil de animal marinho descoberto. Observei ali um lucrativo negócio, uma forma de turismo pouco explorada em nosso estado, e fiquei pensando comigo mesmo: "quem garante que esse animal realmente existiu? Quem garante que esses fósseis sejam autênticos? Quem foi o gênio que inventou isso pra ganhar dinheiro???".

Realmente eu não acredito em paleontologia e coisas do gênero. Sou ignorante sobre o assunto mesmo, e não vejo lucro pessoal em conhecer o mínimo sobre isso. Se o seu trabalho é dedicar a vida a ficar passando de leve uma escovinha em uma rocha, tentando encontrar pêlo em ovo, considere-se uma pessoa infeliz.

Mas vejo uma prospectiva muito rica para o turismo paleontológico. Especialmente aqui, na região das Missões, no Rio Grande do Sul. Essa é uma das regiões mais ferradas do estado, com grande êxodo de pessoas para os grandes centros, sem indústrias significativas, com agricultura falida e com concentração de renda em funcionários públicos e donos de bar (que podem ser a mesma pessoa). Então penso que esse turismo fóssil seja uma boa alternativa para gerar renda por aqui. Alguns dirão: "mas já temos turismo como fonte de renda, olhe as ruínas das missões e a Rota Missões". Para quem disser isso eu condeno uma vida de balconista em loja de roupa ganhando um pouco menos de 450 reais por mês.

PENSE GRANDE!! É óbvio que ninguém se interessa na xaropagem da Rota Missões, que isso está jogado às traças pelos políticos locais, e sem qualquer interesse da iniciativa privada. Por isso sugiro a invenção do MAMUTE MISSIONEIRO. Perfeito! Não temos mar, logicamente só pode ser algo de peso como esse tal parente dos paquidermes como os conhecemos. Aproveitaremos também para dar uma levantada no moral das Ruínas. Diremos que os fósseis foram descobertos no sítio arqueológico das Ruínas, e que sabe-se agora que os povos antigos chegaram a conhecer e até a domesticar os bichos. Imaginem só, Sepé Tiaraju do alto de seu Mamute Missioneiro de guerra, gritando: "Esta terra tem dono!".

Depois é só algum artista rabiscar uns traços rupestres em alguma parede escondida das ruínas e está feito o marketing do novo turismo das Missões. Venderemos camisetas, bonés, brochuras e outras quinquilharias para tirar dinheiro dos turistas. Dá até pra fazer um parque temático mais tarde, se algum visionário investir.

Está aí. A salvação da nossa economia regional! Ah, o que seria desse povo se não fosse eu...

quinta-feira, agosto 17, 2006

domingo, agosto 13, 2006

Somos Todos Doidos em Potencial


O banho é realmente o momento no qual realizo a maior parte das minhas reflexões-sobre-tudo. Acho que a água morna massageando o topo do meu couro cabeludo (eu acho tão engraçado esse nome "couro cabeludo") me ajuda a esmiuçar as grandezas das pequenas coisas da vida.
Foi em mais uma dessas viagens que comecei a pensar sobre o papel de um importante profissional da sociedade: o psiquiatra. Talvez eles ainda não tenham o valor que deveriam ter, mas com certeza daqui a alguns anos eles serão mais requisitados do que outros atuantes da área da saúde. Por que uma pessoa passa vários anos da vida se dedicando a estudar o comportamento da mente humana, algo tão complexo, asbtrato, e até me arrisco a dizer, incompreensível?
Porque não é tarefa simples. Pessoas são depósitos de emoções, traumas, experiências boas ou ruins, que combinadas formam o enigma que fascina esses valentes psiquiatras, psicanalistas e psicólogos também.

Aposto que se você fosse a um psicólogo hoje, mesmo achando que não "é louco", você descobriria algo sobre si próprio que nem imaginava ter ou ser. Porque eu penso que é simplesmente impossível alguém viver uma vida "limpa", sem nenhum trauma (que podem ser leves ou profundos, resumidamente) ou sem algo que tenha marcado de tal forma que influencia no seu comportamento atual.

Eu tenho graves problemas. Vários. Não vou ao psicólogo com medo de descobrir quais são. Seria como levar um Fiat 147 ao mecânico: todos os podres seriam relatados ao dono. Alguns influenciam minha maneira de agir, ou de omitir, mas outros simplesmente estão ali parados, quietinhos, esperando que algum outro trauma os ative, ou que simplesmente desapareçam com uma experiência boa. Não faz bem pensar que sou "normal".

Certamente alguém vai ler isso e vai pensar "mas que bobagem, eu não tenho nada de errado na cachola". Até concordo com a parte da bobagem, mas a segunda não é verdadeira. Problemas psicológicos não são aqueles que vão te levar a tomar tratamento de choque, te internar em um hospício ou fazer com que pense ser Napoleão Bonaparte. Eles estão ali, do nosso lado, no dia-a-dia e nem percebemos. Quem nunca falou pra si esta frase: "por que que eu fui fazer isso?". Pouca gente. Descartando uma possível influência de álcool ou entorpecentes diversos, há uma boa chance de o cidadão ter sido levado quase que instintivamente por algum trauma.

Eu sei que um cara que cursa Administração de comércio exterior não é o mais indicado para falar sobre psicologia. Mas eu compreendo a necessidade dessas pessoas. O mundo está ficando louco mesmo. Um jogo de futebol é motivo de pancadaria? Só pra algum seqüelado que adquire o pensamento de grupo nesse sentido. Psicólogos ajudam a encaixar melhor a pessoa na sociedade e isso é fato. Precisaremos de psicólogos fardados, com viaturas, observando as esquinas das cidades.

Acho que viajei tanto nesse texto que vou mandar ele pra algum psicólogo. Depois eu conto o que ele ou ela achou. Se eu não contar, me procurem no São Pedro em POA.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Conto para fazer você se sentir bem


Ele disse que queria ingressar na política. Ela, foi veementemente contra essa "loucura":
- Se você entrar nessa imundície, é o fim do nosso casamento.
- Sinto muito, minha cabeça está feita, é o fim de um casamento para o começo de outro, meu matrimônio com o compromisso de atuar pela melhora do Brasil.
- Até parece discurso político! Adeus!
- Adeus! Ah, vote em... * BLAM! *

Seguiu solitário sua jornada nesse novo universo. Enfim, tornou-se um notável deputado federal, muito respeitado. Muito respeitado até o dia em que foi pego pela polícia federal em um escândalo envolvendo dinheirodutos, propinodutos e subornodutos mais.

Tendo sua prisão decretada, o delegado responsável mandou um dos novatos da polícia, o Joel, ir buscar o homem. Algumas horas depois, Joel retorna trazendo o parlamentar algemado no camburão. Todos olham impressionados. Ele abre a porta traseira (geralmente este tipo de preso anda até na carona) e tira o sujeito a bofetadas e gritos para fora:- Vamo safado! Sai daí, de pé! Sem-vergonha! *bofetadas e bicudos*
O político, obviamente se sentindo humilhado, retrucou:
- Pare com isso! Eu mereço tratamentos especiais! Sou um parlamentar e tenho imunidade, você já ouviu falar nisso?
- Rá! Tratamentos especiais? Vo te dize uma coisa rapá, tu vale muito menos do que qualquer ladrão de galinha que aparece por aqui! *porradinha no rim*
- Como ousas me tratar assim?
- Cala a boca malandro! *bica* Tu teve todas as chances do mundo pra ser um cara decente, bem-sucedido e respeitado, e acabou fazendo merda! Já o ladrão de galinha é preso por nunca ter tido oportunidade e por isso fez o que fez. Teu crime não tem explicação. Pode ficar tranquilo que eu e meu cacetete vamos te dar bastante "tratamentos especiais" a noite inteira, safado! *tapa na nuca*
- EU TENHO IMUNIDADE!!!!
- Que bom! Se gritá comigo denovo vai apagá hein mano! *tapão na orelha* E outra coisa, claro que eu sei o que é imunidade, eu fiz concurso público pra ser o que sou, ao contrário de você, que vive com treta e malandrage. E eu sei muito bem que imunidade não é o mesmo que impunidade. Rapa pro xilindró!

Todos olham atônitos. Nunca havia acontecido nada parecido naquele distrito. De certa forma, todos se sentiram muito bem com a cena.
Bom, certamente nós sabemos o final dessa história. O safado sem-vergonha não deve ter ficado mais de dois dias preso (em cela especial, que deve ter até tevê de plasma pra essas criaturas) e voltou livre, leve e solto para suas atividades. Mas nunca mais esqueceu do tratamento especial que recebeu do Joel. Passou a ser o político mais sério e responsável de todos os tempos, após esse episódio. Porém, por tentar ser correto, ético e escrupuloso, acabou sendo assassinado em um "assalto". Acontece todo o dia. Nem noticiam mais.

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Descobri algo incrível, gente!!
Estava eu conversando com meu grande amigo Arthur no ônibus pra faculdade, quando me dei conta de uma grande conspiração que ocorreu antes da copa. Pensem comigo: vocês já tinham visto alguma vez tanta promoção do tipo "se o Brasil for campeão, você não paga a última parcela" ou então a mais tentadora "você ganha outra TV de plasma, com apenas mais um real se o Brasil for campeão".
As grandes empresas SABIAM! Sabiam do esquema de que o Brasil ia perder! Aposto que muito maluco comprou a tal tevê de plasma, certo de que iria ganhar outra. UFA! Ainda bem que não comprei. Conselhos de uma mulher, pra variar.