terça-feira, outubro 21, 2014

Odeio Balada


Recentemente, vi a seguinte notícia no portal clicRBS: "homem joga dinheiro para o alto no Green Valley e dá o que falar". Pra quem não sabe, Green Valley é um desses festivais bestas de música eletrônica onde quem vai se acha o máximo, posta nas redes sociais que #partiu, mas não entende nada do que está tocando. O importante é ostentar.

Decididamente, odeio balada. Mas não me entenda mal, não sou um anti-social que prefere só ficar em casa. Odeio balada por tudo aquilo que ela representa, e por "balada" me refiro a essas festas em clubes onde existem as tais áreas "VIP". Gostaria de perguntar pras pessoas da área VIP se elas sabem o que significa essa sigla. Acho que renderia umas boas risadas, mas enfim, odeio essas festas porque odeio o fato de que elas segregam as pessoas, e eu sou um cara simples demais pra achar lindo gastar centenas de reais em uma noite só pra impressionar os outros.

Outro problema é que eu trabalho em uma instituição financeira em uma cidade pequena. Ou seja, querendo ou não, eu conheço a realidade financeira de muita gente. E é simplesmente vergonhoso ver cidadãos ostentando na balada sabendo que a fatura de cartão de crédito estoura todo mês, que a prestação do carro está atrasada, e que o limite do cheque especial está mais rasgado que bombacha de nego véio. 

Outra razão para eu não gostar de balada é a música, que dispensa comentários com seus arrochas e sertanejos universitários. 

O que eu realmente gosto é do bar. Ah, o bom e velho bar! Nada é mais agradável do que passar um tempo com os amigos em um ambiente descontraído, tomando umas geladas e ouvindo música boa, de preferência um rock and roll. Neste ambiente as pessoas se aproximam, trocam olhares, conseguem conversar sem perder a voz gritando nos ouvidos uma da outra, mandam recadinhos ou pagam bebidas pra puxar conversa, aquela coisa. É o resumo da interação humana. O bar é poesia antropológica em movimento, em cheiros e cores, esbarrões e sabores. Até uma briga é mais sincera em um bar.

Enfim, que o mundo seja mais como um bar, e menos como uma "balada". Estamos cansados de ver otários (as) tentando ser algo que não são.

Um comentário:

L. I. disse...

Palmas!