Há certas
coisas que não fazem sentido. Fizeram, talvez, um dia. Mas parando para pensar
em certas tradições jurássicas que as pessoas insistem em manter hoje em dia,
simplesmente estas me parecem ser no mínimo questionáveis quanto à sua necessidade. Dou-lhes alguns
exemplos:
- Festa de casamento: alguém certa
feita achou que seria uma boa ideia fazer uma gigantesca cerimônia celebrando a
união matrimonial de duas pessoas, em uma época que ostentar a riqueza, e
principalmente a união de duas riquezas, era algo muito necessário para afirmar
o domínio territorial, feudal, ou laboral na sociedade. Pois bem, hoje em dia,
estas tais cerimônias tornaram-se nababescas, com direito a acrobatas
cuspidores de fogo, muita gente suando dentro de igrejas durante intermináveis
protocolos, loucas para encherem a cara e a pança e para as mulheres poderem
comparar roupas. E tudo isso para acabar em um amargurado divórcio senão em
dois, cinco anos, no máximo. Não sou contra, mas simplifiquem o negócio,
desvinculem de religião o máximo possível, afinal, há tanta diversidade
religiosa hoje em dia que se pudéssemos convidar apenas pessoas da nossa crença
muita gente ficaria de fora da festa. Celebrem a vida, o amor, e as amizades que
ali estão em um ambiente descontraído, de preferência climatizado ou ar livre.
- Formaturas: essas estão cada vez mais
insuportáveis. São uma verdadeira maratona de discursos entediantes de
docentes, exibição de vídeos e produções estilo Movie Maker de alguma produtora
que cobrou os olhos da cara para em algum momento dar pau no telão. Pra piorar, sempre
tem um chato de um orador de turma que em algum momento vai tentar ser engraçadinho
fazendo piadas internas, a que meia dúzia de alunos constrangidos esboçarão um
sorriso, enquanto os convidados não entendem nada. Isso sem falar quando o
número de formandos é enorme e eles acham legal repetir o discurso de “confiro
grau de blablabla...” para CADA UM dos desgraçados que no dia seguinte passarão
de estudantes a desempregados. E novamente, todo mundo só esperando a hora de
encher a cara e a pança.
- Festa de debutantes: essa sim, é o
cúmulo da inutilidade. Pra que fazer isso? Celebrar que a criatura fez quinze
anos só faz sentido se ela estiver passando de fase na vida, ou conquistando
algo importante. E o que um ser humano adquire aos 15 anos? Só um monte de
espinhas. Novamente, é apenas um costume herdado da era Paleozóica, quando as
moças eram "apresentadas à sociedade", para que casassem o mais cedo possível a fim de assegurar a multiplicação da riqueza,
e também porque os infelizes podiam contrair uma peste bubônica ou uma
tuberculose e morrer aos 20 anos de idade. Nos Estados Unidos e outros países
civilizados, quando alguém resolve fazer uma festa parecida, fazem o que se
chama Sweet Sixteen, o que me parece muito mais sensato, pois, ao fazer
dezesseis anos nestes países, o cidadão pode exercer atos da vida civil que
antes não podia, como obter a carteira de habilitação, votar, etc... Aí sim,
até vai, mas aos 15 ninguém vira gente. Vai estudar!!
- Eucaristia, crisma e afins: sem
comentários. Impor uma religião a uma criatura que mal sabe pensar direito é
algo que viola os direitos humanos, sem mais.
Enfim, espero
que com o passar do tempo as pessoas percebam como certas coisas simplesmente
deixam de fazer sentido, e tornam-se bregas, sem uma real utilidade, sem
reverter em algo positivo. Em qualquer das ocasiões que citei, acho muito mais
válido gastar o dinheiro e o tempo que elas requerem em fazer uma viagem. Viajar
te enriquece muito mais do que afirmar para os outros publicamente que você
agora tem que raspar as axilas ou que está procurando emprego.
2 comentários:
Não vale apagar esse post daqui 3 anos ou ou talvez 15.... Kkkkkkk. Abraço
Boa! Concordo!
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