Dinheiro versus Tempo

"Time is money!"
Quem nunca ouviu a frase acima, nem que seja no Chapolim? A idéia do "tempo é dinheiro" começou a ser amplamente difundida durante os anos de maior crescimento da economia americana, e com razão. Mas será que o contrário é válido? Vejamos: "dinheiro é tempo". Tem algum sentido essa frase? Bom, a não ser que você seja um colecionador de relógios, me parece que não.

Comecei a pensar nisso desde que entrei em férias, até um pouco antes, talvez. A gente sempre escuta por aí, na mídia, nas conversas com os mais velhos, aquele discurso de "economize seu dinheiro", "guarde seu dinheiro", "gaste o menos possível" etc...
É claro, todo mundo tem que ter um dinheirinho guardado, mas ter obsessão por isso é demais também. Guardar dinheiro pra mim sempre tem um objetivo, algo que quero comprar em um prazo relativamente curto. Não guardo dinheiro pensando no amanhã, admito isso. Guardo dinheiro para poder gastar assim que eu encontrar algo que se torne meu objeto de desejo.

Estaria eu errado? Acho que muita gente diria que sim. Mas eu penso que não. Não penso duas vezes antes de mandar ver no botão "comprar", seja para um bem material, ou para um serviço como uma viagem nas férias, por exemplo.
Sigo uma filosofia que basicamente diz que "dinheiro foi feito para se gastar", aliada à outra filosofia que fala que "o dinheiro não compra o tempo".

É a união perfeita para um cara que mora com os pais, depende deles, mas que tem uma renda mensal maior que um salário mínimo.
Recentemente comecei a estudar bateria. Sempre achei interessante, e quando tive a oportunidade comecei a ter aulas. Com o tempo fui me empolgando, e fiquei com vontade de comprar uma bateria, que é um instrumento relativamente caro. Foi então um dia que encontrei em Porto Alegre uma bateria que me pareceu ideal, com o preço de 1.200 reais. Era uma decisão que eu precisava tomar ali, naquele instante, e por isso, analisei as duas faces da moeda: "se eu comprar essa bateria, aproveito desde agora para aprender algo que eu gosto", e "se eu não comprar essa bateria, terei o dinheiro guardado. O que farei com ele? Hmm... eventualmente eu vou querer comprar uma bateria. Ah, então entre comprar agora, ou depois, melhor comprar agora e já ir praticando!"

Claro que eu escutei a frase "acho que tu não devia ter comprado essa bateria". Mas nem liguei. Eu tinha empregado meu dinheiro comprando TEMPO. Tempo esse que não voltaria mais em hipótese alguma, mas que agora estou aproveitando. O dinheiro sim, esse volta, o dia que eu tiver meu emprego de verdade. Resumindo: saldo de tempo POSITIVO.

Isso é o que importa pra mim. Saldo de tempo. Não o saldo bancário. Se eu aplicar o meu dinheiro para aproveitar melhor o meu tempo, terei o melhor investimento possível. TEMPO, não volta mais na sua vida. Pra que ficar juntando dinheiro pra sempre??
Meu último investimento foi uma viagem ao Planeta Atlântida, que acontece em Fevereiro. Se eu não tivesse gasto esse dinheiro, poderia até comprar algo com ele futuramente. Mas eu teria perdido o auge dos meus 21 aninhos de vida para fazer algo que com certeza ficará na memória. Gastar com um bom entretenimento vale muito mais do que gastar com bens materiais.

Bom, acho que era mais ou menos isso que eu queria dizer. Resumindo: dinheiro volta. Você tem a vida inteira pela frente para fazer dinheiro. Mas você nunca vai ter dinheiro para comprar o tempo perdido.

Claro que tudo tem um limite. Mas, dentro de suas possibilidades, gaste, viva!