domingo, maio 14, 2006

Plágio!!

Evo Morales, eu acuso você de plágio! Você está copiando meu plano de carreira política e eu não ganhei nem um hidrocarboneto por isso.
Vou explicar o ocorrido: esse que vos escreve sempre sonhou em ser político desde o segundo ano do ensino médio. O processo ocorreu lentamente da noite pro dia. Quando eu contava isso para alguém, sempre ouvia como comentário coisas do tipo "tu é louco, político é tudo ladrão", "poder corrompe", "vai se sujar comigo" e também outras do tipo "consegue uns incentivo pra minha empresa", "tá ligado nos 15% né?" e por aí vai. A maioria repudia instantaneamente essa minha idéia. Não me preocupei muito com isso, mas fiquei pensando como faria para chegar ao poder máximo sem ter que apelar para meus incríveis atributos físicos (porque aí me ferraria de vez mesmo).

O negócio foi usar a tal da lógica, e comecei a pensar (sem brincadeira). Comecei a analisar algumas carreiras políticas que tiveram sucesso e comparei com algumas carreiras frustradas. Descobri uma diferença básica, que determina o futuro de um homem público no Brasil: quem entra no jogo, ganha, quem luta contra, é deixado de lado. Tá aí o Lula, maior prova disso. Quando ele lutava contra o "jogo" fazendo suas campanhas chutando o balde, sempre perdia. Quando ele finalmente entrou na dança, foi aceito e eleito. Já o Enéas, Zé Maria, entre outros, que lutam contra tudo e todos (podem até ser desonestos, honestidade é o de menos) sempre se ferram bonito até nas pesquisas de opinião.

Baseado nessa simples e funcional lei que eu descobri sozinho, construí meu plano de carreira. Seria basicamente assim: começaria como um político normal desses, que usa o pretexto de ser jovem pra ganhar alguns votos para vereador e agiria sempre de forma dinâmica-conservadora para dar a impressão de que sou uma boa promessa que não oferece riscos aos grandes donos do jogo. Após isso, começo a escalada política, e inevitavelmente, as maracutaias políticas começam a me cercar. Preparado para tudo isso, e não querendo sair fora do jogo, eu aceito e pratico tudo que é maracutaia discreta, dou vantagens, recebo "honorários", abuso do auxílio-combustível e do auxílio terno-Armani, controlo caixa 2, 3, 4 se for preciso e nego veementemente qualquer acusação dirigida a um colega ou contra mim. Perfeito, me encaixei como uma engrenagem então. O povo enxergaria em mim uma ponta de esperança de que alguma coisa mudaria, e mesmo votando sem esperar muito (já me achando um desses políticos) confirma o voto me dando a vitória. Todos os meus comparsas de partido estariam satisfeitos, olhando preços do novo iate ou mansão em Miami que vão comprar após eu assumir a presidência e o baile segue normalmente. Seria depois de tudo isso, a grande jogada política, o "golpe" seria aplicado, ganharia apoio dos generais, brigadeiros-do-ar e outros altos oficiais do exército, aeronáutica e marinha e esquadrilha da fumaça. Até o dia que então, de repente, o político comum que nem causou agitação no mercado com sua eleição muda drasticamente de face. Tal qual fez o Evo Morales! Copiador! Ele sabia que um índio nunca chegaria ao poder porque poderia prejudicar os interesses dos espanhóis que controlam seu país. Agiu como quem não quis nada, e agora age como quem quer tudo. Só que eu decretaria ditadura, dissolveria o senado, o plenário e toda aquela zona de Brasília. Estado Novo 2 - a missão.

Claro que isso só prejudicaria os corruptos. Fiquem tranquilos porque não vou meter a mão nas suas poupanças (sem malícia por favor) ou controlar e censurar a sociedade e a mídia (se bem que deixaria uns caras de olho na Globo). Mas que colocaria para fora toda a cachorrada desse país, isso eu faria. Nacionalizaria PARELHO, iria incentivar a pesquisa nuclear e desenvolvimento da bomba atômica (pra assustar os gringos, posso até mentir que tenho a bomba, como os russos fizeram na Guerra Fria), decretaria o calote internacional, seria o fim do déficit nominal no Brasil e a liberação dos recursos para o povo, que pagaria menos impostos, consequentemente. E reinaria absoluto durante uns 15 anos até reestabelecer lentamente a democracia que seria regida pelo parlamentarismo e decretaria a minha nobre linhagem Souza como a família real (gerando então uma família real de 30 milhões de nobres). Resultado de tudo isso: Brasil potência mundial.

Se você acha que foi loucura o que eu escrevi, considere que eu tinha 16 anos quando pensei nisso. Mas é melhor decorar o que eu escrevi porque seus filhos vão pedir ajuda com o tema de História e você tem que saber explicar a era "Carlos Felipe Veiga de Souza - o Grande".

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E conforme eu falei na publicação sobre o "Tempo da minha cabeça", estou aqui para registrar que o período de um mês posto sob análise passou tão rápido que eu achava que só precisaria comentar de novo sobre o assunto daqui a um bom tempo. Enganei-me.
Abraços para todos, e por favor não leiam "Chaulin - o mau" para não diminuir sua massa cerebral. Boa semana.

3 comentários:

RoGeR disse...

BOM, eu te apoio desde que tu me de algum cargo comissionado que os salários passem o teto máximo de 20 e poucos mil reais.
E claro que me deixe matar e torturar bandidos de tal maneira que eles se arrependam de ter feito tal atos com suas vítimas. Sem essas histórias de direitos humanos e o resto... No resto te apoio em tudo...
Ou então a gente pode rever aquela idéia de um tal de Bento Gonçalves e fazer uma revolução Farroupilha.
abraço...

NightCrawler disse...

Esses dias conversando com a galera do Núcleo de Prática Jurídica (vou preservar nomes, nunca se sabe), a gente estava comentando sobre o sonho, a possibilidade, a utopia de se ter uma República dos Pampas, mas isto é para outro post. O negócio é o seguinte, esse piá falava MESMO cara! Aos 15 prá 16 anos, a gente jogava videogame e andava de bicileta e ele queria ser político. E eu ainda acho que ele vai ser! Só tem aquele problema, URUBU NÃO VOA COM POMBA, HAuhAUHAuhaUah. Mas com certeza potencial ele tem (prá revolução, que prá ser político não precisa muita coisa, olha o Lula).

Anônimo disse...

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